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O que você já sabia, mas o coronavírus te lembrou.

  • Lorena Mota Negretti
  • 1 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de ago. de 2021




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Pouquíssimas coisas permitem generalizações. E quando o assunto é comportamento humano, fica ainda mais difícil. O medo da morte e do sofrimento é uma generalização possível, é claro que existem formas diferentes de vivenciar e expressar este medo, mas em determinada medida, todos nós temos medo do momento final e do sofrimento.


Principalmente do sofrimento, já ouço alguém dizer “comigo não” É verdade, existem aqueles que não se apavoram com este assunto, geralmente são pessoas que conseguem ressignificar a morte com aspectos da espiritualidade, seja ela de ordem religiosa ou não. Mas entre os mais corajosos e espiritualizados ou aqueles de nervos à flor da pele, uma coisa é certa e unânime. Temos medo de COMO a morte chegará. Se estaremos sozinhos, sentindo dor e se nossa estadia por aqui não deixou muitas pontas soltas.


Mas o assunto não era coronavírus? E quer coisa melhor para nos lembrar de todos esses medos? E se acabar o oxigênio? E se não tiver médico e enfermeiro para cuidar de mim?


Na ausência da vacina, a prevenção e a responsabilidade que temos uns pelos outros é o melhor remédio. Mas ela nos impede de abraçar, e como se não bastasse, é o único recurso que temos para evitar mais medo e mais dor.

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E no fundo, a gente já sabia que o medo da dor e da morte existiam em nós. Mas naquele corre corre, naquele ritmo de vida acelerado, quem lembrava disso? Dormir tarde e acordar cedo, engolir o café, deixar os filhos na escola e ir para o trabalho. Digo, ir para o segundo trabalho. Para muita gente, às 8h da manhã começa do segundo round, e ele é tão intenso quanto o primeiro, as vezes menos estressante, as vezes mais. Perceba. Não é à toa que muitas vezes, vivemos sem nos dar conta de nossos medos e angústias, o ritmo de vida acelerado, nos impede de sentir e perceber algumas emoções.


Engana-se quem pensa que isso é bom ou que nos protege, na verdade apenas camufla, deixa escondido e nos faz meio “robôs”. O que acontece quando pessoas tentam viver como se fossem robôs? Apenas não conseguimos. Um conflito familiar ou no trabalho, um amor não correspondido ou um vírus que provoca uma pandemia... SEMPRE haverá algo para nos lembrar: somos humanos e precisamos gerenciar emoções.


A pandemia do coronavírus tem trazido à tona nossos medos e angústias sobre a morte e o morrer e sobre nossas negligências com a vida. Mas esses medos sempre estiveram presentes. Talvez escondidos por um boleto pendente, um projeto verão malsucedido, uma pilha de artigos para ler ou uma fixação por likes.


Mas não se engane, no fundo a gente já sabia, o coronavírus só nos lembrou!

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